“A ressurreição é para quem assume a cruz”, afirma dom Muniz no Domingo de Ramos

A Missa  foi presidida pelo arcebispo na Catedral Metropolitana
Procissão de Ramos
Procissão teve início na Igreja de São Gonçalo. Foto: Carlos Wilker/Pascom Arquidiocesana
Thiago Aquino – Pascom Arquidiocesana

O arcebispo metropolitano de Maceió, dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm., presidiu a Missa desse Domingo de Ramos (2) na Catedral Metropolitana Nossa Senhora dos Prazeres. A celebração foi iniciada na Igreja de São Gonçalo com a bênção dos ramos e a procissão. A homilia chamou atenção para o sentido do sofrimento e os gestos concretos da Igreja.

Os fiéis se concentraram na Igreja de São Gonçalo, no Farol, para a primeira parte da Missa, com a proclamação do Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém (Mateus 21, 1-11) – onde ele é aclamado como filho de Deus – e a bênção dos ramos. Os ritos iniciais foram presididos pelo cônego Walfran Fonseca, reitor da Catedral.

Cônego Walfran presidiu ritos iniciais da Missa. Foto: Carlos Wilker/Pascom Arquidiocesana

Segurando um ramo, o fiel consagrado da Comunidade Shalom, Williams Manoel, chegou na companhia de amigos e relatou que o sentimento é de expectativa para a Páscoa. “Iniciamos a Semana Santa para relembrar os passos de Jesus na expectativa da ressurreição com um coração contrito, silencioso e piedoso. É importante dizer que a Semana Santa culmina na Páscoa, pois é a festa de todas as festas”, disse ao seguir para a capela e aguardar a saída da procissão.

Fiéis da Paróquia Santo Antônio serviram durante procissão. Foto: Carlos Wilker/Pascom Arquidiocesana

A celebração, que abre a Semana Santa, também foi oportunidade para servir. A Jéssica Marciele, da Paróquia Santo Antônio (Chã de Bebedouro), faz parte do EJC e correspondeu ao convite para servir durante a procissão com a equipe que auxiliou na logística do trânsito. “O convite chegou com muito amor e a missão de servir a Deus é gratificante”, partilhou Jéssica.

“Hosana, hei! Hosana, rá!”. Foi com esse canto, que tem como referência o Evangelho que foi proclamado, que a procissão seguiu até a Catedral, onde já estavam alguns fiéis e o arcebispo metropolitano. Ainda em recuperação de uma angioplastia realizada na perna esquerda, Dom Antônio tem usado uma cadeira de rodas para se locomover. Por isso, ele passa maior tempo da celebração sentado.

Missa de Ramos na Catedral
Após procissão, fiéis participaram da Missa na Catedral. Foto: Thiago Davino/Pascom Catedral

Antes de começar a homilia, o arcebispo convidou as crianças para irem ao seu encontro e receberem o sinal da cruz na testa. Na sequência, Dom Antônio explicou que, durante as celebrações da Semana Santa, Deus revela o maior segredo, que só é compreendido por quem se permite ter um coração de criança. “O maior segredo está escondido na cruz redentora de Cristo e Ele não revela aos que se dizem sábios, mas aos pequenos, pobres e humildes”, afirmou.

Arcebispo fez sinal da cruz na testa das crianças. Foto: Carlos Wilker/Pascom Arquidiocesana

A partir do anúncio da Paixão de Cristo (Mateus 27, 11-54), o presidente da celebração destacou que, se o sofrimento e a dor fizeram parte da caminhada de Jesus até a ressurreição, a vida do cristão não é diferente: “Hoje queremos rejeitar qualquer tipo de sofrimento por medo da cruz. Somos uma sociedade feita em cima do medo e não da esperança da ressurreição. Nós somos testados no sofrimento e humilhação. Quem não descobriu ainda o segredo da cruz de Cristo, ainda não descobriu a riqueza e o entender desse mundo”.

Durante homilia, dom Muniz destaca sentido do sofrimento na vida cristã. Foto: Carlos Wilker/Pascom Arquidiocesana

Para que os fiéis compreendessem a importância de saber o sentido do sofrimento na vida do cristão, dom Antônio Muniz apresentou como referência a vida de Santa Teresa Benedita da Cruz. Edith Stein, como foi registrada, era filha de judeus, que se converteu ao catolicismo e foi mártir, morta pelo movimento nazista. “Ela entendeu o sentido da morte de cruz de Cristo”, disse o metropolita.

Dom Antônio continuou e detalhou que a ressurreição está ao alcance de todos. “A verdadeira alegria, que é a salvação, está na palma da nossa mão, quando estamos dispostos a caminhar com o Senhor Jesus. Devo dizer: Como Jesus, vou carregar a minha cruz para ressuscitar”, orientou o arcebispo. “Muita gente quer ressuscitar, mas não assume a cruz”, acrescentou.

CF 2023

O arcebispo metropolitano de Maceió recordou ainda que no Domingo de Ramos acontece no Brasil a Coleta Nacional da Solidariedade, um gesto concreto da Campanha da Fraternidade (CF). Neste ano, o tema refletido é “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14.16). As doações dos fiéis ofertadas nas celebrações deste dia são repassadas a projetos que contribuem para a promoção da dignidade humana.

Missa foi concelebrada pelo cônego Walfran e teve auxílio do diácono Pita

“Isso será feito para ajudar nas necessidades básicas de nossos irmãos. Uma delas é a fome, que aumenta cada vez mais em nosso estado e no país com 33 milhões de pessoas nesta realidade. Precisamos reverter este quadro e não ficar falando mal dos bispos, como a gente costuma ouvir. Tenhamos cuidado com o tipo de católico que rejeita até o papa. Que possamos partilhar com alegria não só nesta campanha, mas de todas que a Igreja proporciona para atender aos pobres”, pontuou Dom Antônio.

Gesto concreto

Ainda durante a homilia, o arcebispo anunciou que, como resposta à CF, a Arquidiocese de Maceió oferecerá um café da manhã a pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social no Santuário Virgem dos Pobres, em Mangabeiras. Ele reforçou que o trabalho será coordenado pelas irmãs carmelitas, naturais de Timor Leste (país localizado no sudeste asiático) e apresentadas por ele à comunidade em março.

Semana Santa

À tarde, outra celebração aconteceu na Catedral e foi presidia pelo vigário, padre Cosme Evangelista. No Santuário Arquidiocesano Virgem dos Pobres, em Mangabeiras, a Missa foi celebrada pela manhã e presidida pelo reitor, padre José Aloísio. A programação da Semana Santa continua na quarta-feira (5) com o Ofício das Trevas às 19h30 na Catedral. A programação completa você confere no site ou nas redes sociais @arqdemaceio.

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