Religiosas e leigos do Juvenópolis realizam Vigília da Transfiguração

As religiosas e leigos que realizam um trabalho missionário no Juvenópolis, em especial Casa do Servo Sofredor, realizam a Vigília anualmente.

Por Manuela Ponciano | Pascom Arquidiocesana

(Fotos: Carlos Wilker e Manuela Ponciano | Pascom Arquidiocesana)

O MFRAC – Missionários da Fraternidade Cristã – organiza, anualmente em toda a Igreja no mês de agosto, uma Vigília para meditar a passagem do Evangelho da Transfiguração que este ano teve como tema: Vigília da Transfiguração – Graça e Missão “É Jesus transfigurado que acolhe e cuida do outro”. Na Arquidiocese, todos os detalhes, para a realização da vigília são feitos pelas Religiosas e Leigos da Casa do Servo Sofredor em Juvenópolis, no bairro Bebedouro em Maceió. Um ambiente decorado, palestra, leitura orante, testemunho e muita música foram as atrações da noite de sábado, 12 de agosto.

Luiz Antônio, carinhosamente chamado de Preto pelos missionários, partilhou sua experiência com Deus, que é suprema misericórdia, citando Guimarães Rosa: “quem castiga não é Deus, são os avessos”. Em sua palestra encorajou os assistidos a suportar as dores do processo que vivem, sem desanimar, um segurando a mão do outro como irmãos. Os missionários fizeram a leitura da mesma passagem do Evangelho, junto aos assistidos, a partir de traduções diferentes mostrando que a linguagem que importa é a do amor e da fraternidade. “É Jesus transfigurado que acolhe e cuida do outro”, enfatizou Irmã Vera Lucia Amorim, que compõe a diretoria da casa.

O caminho na ornamentação do ambiente foi o destaque na recepção dos participantes. “O caminho que todos passam se conclui a mesa do altar. A conclusão do caminho onde todas as vocações passam é a Eucaristia”, disse Irmã Vera, meditando o lema do terceiro ano vocacional no Brasil: corações ardentes, pés a caminho.

 “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”

Alguns ex assistidos pelas obras sociais fizeram questão de participar da vigília e partilhar sua vitória sobre o vício. Com testemunho forte em tom encorajador, Claudiano partilhou com os irmãos que esteve dependente químico, mas não costuma usar o termo que causa propriedade. Casado e empregado, cuida dos filhos e tem orgulho de sua história de superação. “A dor é inevitável, mas sofrimento é opcional”, disse. Resolveu abandonar o vício e contou com a assistência da Casa do Servo Sofredor, motivo pelo qual é grato. “O fundo do poço não é o fim, é o ponto de escalada”, finalizou sob aplausos.

“Droga é um hábito e hábitos podem ser mudados”

Em outro testemunho os assistidos foram fortalecidos pelas palavras do irmão que concluiu o processo de libertação do vício: “eu sou dependente de Deus. Droga é um hábito adquirido e hábitos podem ser mudados”, disse o ex assistido recém formado e já empregado.

A disciplina severa das Irmãs em muitos momentos aborrece, comentou, mas contribui com a reeducação para tornarem-se cidadãos de bem, prontos para viver uma nova fase da vida com fé e coragem. Recordando a oração que recitam todas as manhãs, todos juntos rezaram “coragem só por hoje”.

“Estou feliz aqui”

O assistido Breno é deficiente auditivo e comunica-se por sinais. Com ajuda do amigo Wellington, testemunhou que viveu situações fortes, mas graças a assistência das Irmãs e dos colegas, vive hoje a superação pela fé. Disse ser de poucas palavras e só pede que todos tenham coragem para juntos alcançarem a vitória. “Sem muito o que falar, quero dizer que estou feliz aqui”, concluiu.

A vigília contou com a participação da Banda Celestine. Wesley Rocha, vocalista, contou que muitos imprevistos aconteceram para impedir a participação da banda nesta noite, mas um encorajando o outro conseguiram estar presentes e partilhar do momento de oração mais forte da vigília. Emocionado, confessou que precisava rezar ali com todos.

Encerrando a vigília a Pastoral Familiar da Paroquia de Santo Antônio de Pádua realizou o momento mariano junto ao casal Diego e Rosa, da Paróquia de São Paulo Apóstolo, cantando o Ofício da Imaculada.

A vigília da transfiguração aconteceu como o Senhor permitiu”, concluiu Irmã Vera Lucia, responsável pela comunidade religiosa.

 Juvenópolis: Casa do Servo Sofredor

A Casa do Servo Sofredor, umas das obras sociais da Arquidiocese, é a realização de um desejo de Dom Antônio Muniz Fernandes, O.Carm., Arcebispo Metropolitano, para acolher os pobres e prestar assistência aos usurários de entorpecentes que querem se libertar do vício. Há quatorze anos a Casa do Servo Sofredor é uma comunidade terapêutica que conta com a parceria da Secretaria de Estado da Paz. Recebe pessoas a partir dos dezoito anos de idade, sob expressa concordância com as normas da casa. Além do serviço voluntário, o projeto conta com a equipe técnica com média de trinta pessoas entre psicólogo, assistente social e monitores. Para angariar fundos, a instituição tem o serviço de telemarketing e conta com doações. Após o período mais crítico da pandemia do Covid-19, as doações financeiras e de itens para uso pessoal reduziram significativamente e o projeto estende as mãos para os fiéis que acompanham o serviço desenvolvido, para mantar a instituição em plena atividade prestando a assistência que os assistidos necessitam para se restabelecer como cidadãos. A espiritualidade cristã é a base no tratamento que dura em média seis meses. Cônego Walfran Fonseca preside o projeto juntamente ao Arcebispo Metropolitano e mantem a agenda de Celebrações Eucarísticas na casa.

 

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